🔥SP: Na pesquisa, cada um vê o que quer
#6: Velha narrativa de fraude em levantamentos eleitorais já circula; antivacinas atacam Nunes
Mais de 45 mil pessoas receberam, nesta quarta-feira (21), informações sobre os resultados da última pesquisa de intenção de voto para a prefeitura de São Paulo, conduzida pela Atlas Intel, cujos dados foram coletados entre os dias 15 e 20 de agosto.
A disseminação de diferentes narrativas a partir do mesmo levantamento em dezenas de grupos públicos de WhatsApp e Telegram monitorados pela Palver demonstra que as estatísticas são frequentemente escolhidas a dedo para atender a diferentes narrativas, estratégias de campanha e interesses de quem compartilha.
Entre 9h18 e 15h30 da quarta-feira, militantes do PSOL celebravam a liderança de Guilherme Boulos, com 28,5% das intenções de voto, enquanto apoiadores de Pablo Marçal (PRTB) destacavam o crescimento de cinco pontos percentuais (p.p) registrado pelo candidato no último mês. Esse segundo grupo defendia arduamente que Boulos está "derretendo" nas pesquisas, em alusão à diminuição no percentual de intenções de voto do candidato do PSOL em relação ao levantamento anterior.
Ao mesmo tempo, eleitores de Tabata Amaral (PSB) compartilhavam que, em um eventual segundo turno entre ela e o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), ela seria a única capaz de derrotá-lo. Já os apoiadores de Nunes disseminavam a ideia de que ele venceria Boulos em um possível confronto direto no segundo turno.
Além das diferentes interpretações a partir dos números da pesquisa, também já circula a teoria da conspiração de que os levantamentos de intenção de voto são manipulados ou conduzidos por institutos corruptos, uma constante em disputas eleitorais. No livro "Como mentir com estatística", o autor Darrell Huff já dizia (em 1954!): "o mais importante é lembrar que a distorção do dado estatístico e sua manipulação para determinado fim não são sempre obra do profissional de estatística".
É um sinal de que as eleições deste ano não devem ser diferentes.
E mais…
O movimento antivacina de São Paulo parece disposto a ir contra e tirar votos de Ricardo Nunes (MDB). Um vídeo em que o atual prefeito aparece dizendo, orgulhosamente, que "exonerou as pessoas que não tomaram a vacina" da Covid-19 foi distribuído — só na quarta-feira (21) — em cinco grupos de Telegram, alcançando cerca de 150 mil pessoas.
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Nota da autora
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Um abraço carinhoso!Cris Tardáguila
Fundadora e repórter da Lupap.s: A Lupa segue o Código de Ética da International Fact-Checking Network desde sua criação e tem a transparência e o apartidarismo como principais premissas de trabalho.
Metodologia desta edição
Termos buscados: "Guilherme Boulos" OR Boulos OR Datena OR "Ricardo Nunes" OR "Tabata Amaral" OR Tabata OR "Kim Kataguiri" OR Kim OR kataguiri OR "Maria Helena" OR "Abraham Weintraub" OR Weintraub OR "Altino Prazeres" OR Altino OR "Pablo Marçal" OR Marçal OR "Ricardo Senese" OR "Fernando Fantauzzi" OR "João Pimenta" OR prefeito OR prefeitura OR intel NOT core OR AtlasIntel OR IntelAtlas OR vacina
Período: 14 a 21 de agosto de 2024
Recorte geográfico: Brasil
Recorte idioma: português
Plataformas observadas: WhatsApp e Telegram
Ferramenta de apuração: Palver
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