đ„Michelle vs. TarcĂsio: no 'zapâ, ela leva
Ex-primeira-dama vira o nome mais citado no âzapâ em 21 estados e ganha força para 2026
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đïž O que estĂĄ acontecendo?
Começou a circular em redes sociais e grupos de WhatsApp, a convocatĂłria para o 2Âș SeminĂĄrio Nacional de Comunicação do Partido Liberal (PL), marcado para o dia 30 de maio, em Fortaleza. O evento Ă© gratuito e tem como objetivo âfortalecer a comunicação polĂtica da direitaâ brasileira, reunindo profissionais, empresas de tecnologia e estrategistas para âtrocar boas prĂĄticas, apresentar casos de sucesso e alinhar estratĂ©gias para uma comunicação mais eficazâ nas redes.
Entre os confirmados estĂŁo representantes da Meta e do Google â os logotipos das duas big techs aparecem no folheto promocional. Mas o que realmente rouba a cena no material Ă© a imagem central da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ladeada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (de perfil) e pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A mensagem Ă© clara: Michelle estĂĄ no jogo para 2026.
đ O contexto importa:
No fim de abril, o ex-presidente Michel Temer revelou estar articulando com diversos governadores uma frente de centro-direita para tentar romper a polarização polĂtica entre Lula e Bolsonaro nas eleiçÔes presidenciais de 2026. A ideia, batizada como Movimento Brasil, consistiria em montar uma chapa Ășnica composta por uma combinação que envolveria dois dos seguintes governadores: Eduardo Leite (PSDB-RS), Ratinho JĂșnior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (UniĂŁo Brasil-GO) e/ou TarcĂsio de Freitas (Republicanos-SP).
Mas Bolsonaro nĂŁo gostou disso.
Segundo informou a Veja na Ășltima sexta (16), ciente da movimentação de Temer e diante da prĂłpria inelegibilidade, Bolsonaro teria decidido apostar de vez em Michelle. O projeto teria apoio de aliados influentes, como o pastor Silas Malafaia, que vĂȘ na ex-primeira-dama o potencial de mobilizar o eleitorado evangĂ©lico e feminino.
đ„ O que viralizou:
Nos Ășltimos sete dias, ao menos 294 mensagens Ășnicas mencionando Michelle Bolsonaro circularam em 127 grupos pĂșblicos de WhatsApp e Telegram do paĂs, alcançando cerca de 400 mil pessoas. A ex-primeira-dama aparece nĂŁo apenas como figura central no bolsonarismo, como tambĂ©m cotadĂssima para as eleiçÔes de 2026.
As mensagens mais compartilhadas a descrevem como a âfavorita da direitaâ para enfrentar Lula, com links de blogs militantes sugerindo que ela teria melhores chances que o marido. Nessas postagens, o clima Ă© de euforia.
Mas nem tudo sĂŁo flores. Nesta semana, por conta de uma reportagem do UOL, um vĂdeo amplamente disseminado causou indignação na base do ex-presidente ao divulgar que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teria dito que preferia eleger Lula a lançar Michelle candidata. A resposta no bolsonarismo dos apps foi imediata: aliados espalharam em grupos pĂșblicos que Bolsonaro teria ficado sabendo do comentĂĄrio e que prometera âtomar providĂȘnciasâ.
Outro ponto sensĂvel parece ser a renda da famĂlia Bolsonaro. Em uma das mensagens mais virais da semana, usuĂĄrios (de esquerda) criticam o fato de Michelle ganhar 42 mil reais mensais como funcionĂĄria do PL, enquanto o casal continuaria pedindo doaçÔes via PIX para os mais diversos motivos. âAinda tem gente que acha que ele precisa de ajuda para pagar advogadoâ, ironiza um post.
Por fim, Michelle Ă© comumente comparada Ă Janja da Silva, atual primeira-dama, em mensagens recheadas de elogios a sua aparĂȘncia, religiosidade e âposturaâ. Nesse material, Ă© comum encontrar ataques misĂłginos contra a esposa de Lula e avaliaçÔes sobre os corpos de ambas.
đŹ Por que isso importa?
Dados da Palver, empresa que monitora mais de cem mil grupos pĂșblicos de WhatsApp e Telegram do paĂs, revelam que, nesta Ășltima semana, Michelle Bolsonaro foi mais comentada do que TarcĂsio de Freitas em 21 estados brasileiros. TarcĂsio superou a ex-primeira-dama em apenas cinco.
A disputa digital entre os dois tem oscilado dia apĂłs dia â e isso reforça que, apesar das articulaçÔes de Temer, ninguĂ©m estĂĄ fora do pĂĄreo ainda.
E maisâŠ
Mais de um milhĂŁo de usuĂĄrios de WhatsApp e Telegram receberam nos Ășltimos dias pelo menos uma das 862 mensagens Ășnicas que circularam por esses espaços falando dos bebĂȘs reborn. Nesse universo, ao menos dois vĂdeos foram tĂŁo compartilhados que levaram a seta dupla da Meta de alta viralização no WhatsApp. Num deles, os bonecos infantis hiper-realistas sĂŁo retratados como um sintoma alarmante da falĂȘncia emocional, espiritual e moral da sociedade contemporĂąnea. Em tom inflamado, a autora afirma que o vĂnculo afetivo com esses bonecos representa nĂŁo apenas uma fuga da realidade, mas um âsurto psicĂłtico autorizado, estimulado e transformado em indĂșstriaâ. No segundo, a crĂtica tambĂ©m estĂĄ presente, mas acontece banhada em sarcasmo. A narradora ironiza situaçÔes absurdas envolvendo essas bonecas â como partos simulados, atendimentos em hospitais e atĂ© decretos oficiais para âDia das MĂŁes de bebĂȘ rebornâ â e afirma que a sociedade estĂĄ perdendo o senso de realidade.
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Metodologia desta ediçãoÂ
Query 1: âmichelleâ OR âmichelle bolsonaroâ
Query 2: âtarcĂsioâ OR âtarcĂsio de freitasâ
Query 3: reborn
PerĂodo: 12 a 19 de maio de 2025
Recorte idiomas: PortuguĂȘs
Plataformas observadas: Grupos pĂșblicos de WhatsApp e Telegram
Ferramentas de apuração: Palver.com.br
p.s: A Lupa segue o CĂłdigo de Ătica da International Fact-Checking Network desde sua criação e tem a transparĂȘncia e o apartidarismo como principais premissas de trabalho.
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